Hoje, como há tempos não fazia, parei para ler um jornal (de papel, não de pixels). Lembro bem que há algum tempo perdi a paciência para acompanhar as notícias sobe o Brasil e o mundo.
Afinal, a repetição é tanta, que chamar a coisa de clichê já é um clichê por si só.
Por exemplo nos últimos dias, algumas notícias que me chamaram a atenção na Folha:
Na Avenida Paulista, formou-se uma favela onde antes havia 2 quadras de esporte. O espaço estava desocupado, e se não me engano é de propriedade de algum órgão da prefeitura de SP. Aos poucos moradores de rua começaram a se alojar no local, que já conta com mais de 100 moradores. Um casal entrevistado já tem 6 filhos, com uma renda mensal de 600 reais/mes. Os moradores das redondezas reclamam do aumento da criminalidade.
O Bancoop (Banco da Cooperativa de sei lá o quê) está sendo investigado por desvio de dinheiro, que inclusive pode ter sido usado em campanha por políticos do PT.
No oriente médio, alguém explodiu um carro bomba, matou aprox. 40 pessoas, etc etc etc.
Todo dia é assim: o governo não toma nenhuma (NENHUMA) atitude para evitar o aumento da população desabrigada ou para trazer soluções de moradia; agora fica mais difícil tirar estas pessoas de suas “casas”. Algum político fulano de tal é investigado por desvio de verbas públicas e bla bla bla não dá em nada. Guerra santa. E por aí vai.
Esse padrão já deve se repetir há umas boas décadas. Talvez o que me deixe mais angustiado é a forma como a população ao mesmo tempo sente-se (com razão) impotente frente à estes absurdos, mas também poucos fazem algo para mudar.
Será que no exemplo da “nova favela”, acima, nenhum morador local chegou a fazer uma denúncia, ou será que o órgão responsável pelos terrenos não percebeu nada quando já haviam 20, 30 moradores no local? E porque não fizeram nada? Será que as vítimas de assaltos (ou coisa pior) no local deveriam processar os responsáveis pelo terreno?
E semana que vem, vamos esquecer todas os roubos, assassinatos, suicídios religiosos para acompanhar o julgamento do casa Nardoni. E depois que a sentença for dada, a vida continua, a favela do Vergueiro continua a crescer, mais homens-bomba explodem em algum lugar, mais pessoas são assassinadas por candidatos à Jesus Cristo, e todo mundo discute quem foi expulso do Big Brother Brasil.
Somos um povo preguiçoso, acostumado a condições sub-humanas de sobrevivência e complacentes com um governo mais preguiçoso ainda. E não pense você, que é da classe média-alta, que não se inclui entre os “sub-humanos”. Pois estamos vulneráveis à assassinato por parte de um adolescente em busca de dinheiro para a “pedra” (e que depois vai ser liberado por falta de provas), e portanto somos tão sub-humanos quanto os comedores de lixo.
2 comentários:
Tem meu total apoio nesse post.
Um exemplo gritante dessa preguiça é aqui em Porto Alegre, Hospitais públicos lotados e o povo NUNCA se organiza para protestar...
E tenho a sensação q só eu notei isso até hoje, q falta uma organização popular q se manifeste para exigir mudanças...
A para ficar cômico, 200 profissionais da saude daqui foram para o Haiti...
Marcos MD
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